O conceito de experiência em John Dewey: contribuições para uma epistemologia naturalizada
Resumo
Este estudo tem por objetivo investigar o conceito de experiência em John
Dewey, sobretudo, as contribuições que este filósofo apresenta para uma epistemologia
naturalizada. É a partir da noção de experiência no pragmatismo deweyano, enquanto
uma atividade de cunho evolucionista, no qual organismos fisiológicos, seja o homem,
sejam os animais inferiores, empenham-se em adaptações ao ambiente para manter o
processo da vida, que se busca compreender o significado de uma epistemologia
naturalizada no pensamento de Dewey. Considerando esta perspectiva naturalista
adotada por Dewey, discutiremos a relação de continuidade e não separação entre
filosofia e ciência, tendo em vista que o próprio autor discute em sua obra Experiência e
Natureza (1980) que a filosofia não está separada da experiência. Esta concepção
sustenta que a inteligência humana vai encontrando as melhores soluções necessárias ao
processo de adaptação e readaptação ao meio que vive, sendo assim, o conhecimento
para o filósofo norte-americano parte do processo experiencial, tendo na experiência o
principal sustentáculo. Sabe-se que para Dewey não faz sentido falar de uma
experiência transcendental; ao contrário, sua vertente naturalista descreve o cérebro e o
sistema nervoso enquanto órgãos de ação e padecimento; agem sobre o meio e sofrem
ações externas. Com base neste quadro de referência, busca-se conhecer e caracterizar a
concepção de conhecimento sustentada por Dewey. A partir desta descrição naturalista,
se quer investigar o conceito de “experiência” enquanto categoria básica da obra de
Dewey do livro Experience and Nature [Experiência e Natureza] (1925). Considerando
na acepção de Dewey o caráter temporal das coisas experienciadas, segundo o qual não
se concebe noções como a “transcendência” do conhecimento, a investigação se
concentrará no estudo do conceito de experiência e das características de uma
epistemologia naturalista.
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ISSN 2317-2754