DESTROÇOS DA CONSCIÊNCIA DE SERES NÃO HUMANOS EMBUTIDAS COMO CARNE DE HAMBÚRGUER: ESPECISMO E ÉTICA ANIMAL EM “DE GADOS E HOMENS”, DE ANA PAULA MAIA

Rafael Lucas Santos da Silva

Resumo


Partindo dos pressupostos do campo de investigação denominado Estudos Animais, procurou-se construir uma análise do romance “De gados e homens” (2013), de Ana Paula Maia, com o propósito de repensar as relações de alteridade com os animais não humanos. Na medida em que este romance tematiza trabalhadores rurais de um matadouro, delineamos os momentos específicos nos quais os bovinos ocupam um lugar explícito na diegese, que permitem reflexões sobre o especismo antropocêntrico do Ocidente e sobre a consciência e sofrimento dos viventes não humanos. Sendo assim, a nossa hipótese de leitura é que o romance de Ana Paula Maia pode ser compreendido como uma escritura que atualiza e problematiza a catástrofe da naturalização e perpetuação da concepção do especismo antropocêntrico/logocêntrico que não reconhece os animais não humanos como sujeitos de direito no processo de produção da carne, com o gradual deslocamento dos matadouros para longe do espaço urbano.

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