CARTOGRAFIAS LITERÁRIAS URBANAS EM EÇA DE QUEIROZ

Luciana Nascimento

Resumo


Resumo: Literatura e História partilham de experiências e territórios comuns, pois ambos os campos de conhecimento constituem narrativas que apresentam versões dos fatos, tendo como referência a realidade. Nesse sentido, enquanto a História pretende ocupar o lugar do próprio passado, recriando as formas de representar o mundo de outrem numa determinada época, a Literatura narra aquilo que poderia ter ocorrido, ainda que às vezes possa ser utilizada como fonte histórica.

As relações entre Literatura e cidade desenvolveram-se ao final do século XIX, com o processo de urbanização iniciado na Europa e que logo foi absorvido como modelo em outras partes do mundo. Esse fenômeno, captado pelos discursos político e artístico, conferiu à cidade o status delocus do mundo moderno. Dessa forma, as cidades são imortalizadas por vários escritores: Charles Baudelaire recria a Paris do século XIX, Londres é tematizada por Dickens e Buenos Aires por Borges, enquanto o Rio de Janeiro é encenado na literatura de Machado de Assis, João do Rio e Lima Barreto. Nesse rumo, também Lisboa se inscreve na ficção de autores como Eça de Queiroz. Neste trabalho, pretende-se tecer algumas considerações acerca das representações dessa cidade na obra do autor português, buscando-se evidenciar os espaços da urbe como marcas da memória e da cultura.

Cartografias literárias urbanas em Eça de Queiroz

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