Capital erótico e trabalho emocional no cotidiano de promotoras de eventos: notas teóricas

Iáscara Gislâne Cavalcante Alves, Jean Henrique Costa, Raoni Borges Barbosa

Resumo


Este ensaio buscou compreender como o capital erótico e o trabalho emocional operam no cotidiano profissional de promotoras de eventos. Nesse sentido, a reflexão sobre as implicações teóricas destes conceitos objetivou examinar criticamente o Mito da Beleza criado nos mercados de eventos, bem como apontar a violência simbólica que as mulheres trabalhadoras aí vivenciam. O mercado de eventos, com efeito, caracteriza-se por ser extremamente absorvente de mulheres jovens e extremamente seletivo em relação à contratação e adestramento de corpos e comportamentos tidos como fachada pública de valor comercial pelo que a trabalhadora agrega à empresa. Com base no levantamento bibliográfico e nas discussões até então realizadas, o ensaio aponta que a pressão sobre e entre as mulheres no jogo simbólico-interacional do trabalho estruturalmente organizado pelos ditames do Capital é intensa graças a uma configuração social e cultural que insiste em enxergá-las como objeto ou como uma figura submissa que deve ser capaz de reproduzir o que lhes é ordenado sem jamais reagir ou questionar. Pressão esta que se manifesta como exercício de envergonhamento sobre corpos indesejáveis e de imposição de conduta sobre corpos desejados.

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DOI: https://doi.org/10.26694/rer.v6i1.14352

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