Carajás e Gurgueia: Novos Estados como Ideologia para a Acumulação Primitiva do Capital no Brasil

Carlos Henrique da Silva, Flávio Henrique Soares de Alencar, Carlos Rerisson Rocha da Costa

Resumo


O presente artigo analisa os projetos legislativos de divisão territorial do estado do Piauí para a criação do estado do Gurgueia e do estado do Pará para a criação do estado do Carajás. O objetivo geral é analisar os fundamentos apresentados por esses projetos para tal divisão territorial, no contexto da geografia do capitalismo. Os objetivos específicos são (I) analisar esses projetos no contexto das propostas de criação de novos estados no Brasil desde a Assembleia Nacional Constituinte de 1988; (II) analisar os discursos que justificam esses dois projetos de divisão territorial; (III) identificar as principais atividades econômicas, as políticas territoriais e os grandes projetos de infraestrutura instalados nos dois territórios reivindicados; e (IV) identificar os agentes políticos e econômicos e suas ações para a divisão territorial. Compreendendo que o capitalismo escapa de sua própria contradição através da urbanização e da expansão geográfica do capital, analisa-se a proposição dos estados do Carajás e do Gurgueia nesse movimento inerente à geografia do capitalismo, estando os seus territórios sobrepostos à fronteira de acumulação que se expandiu e se adensa no Cerrado e na Amazônia. Busca-se apontar, portanto, que um novo estado é fator e produto dessa expansão, tendo ideologias geográficas como par indissociável para esse processo, pois, fundamentalmente, os dois projetos representam, cada qual, os interesses de frações da classe dominante em ter maior poder político.

Palavras-chave


Novos estados; Estado do Carajás; Estado do Gurgueia; Ideologia Geográfica

Texto completo:

PDF HTML


DOI: https://doi.org/10.26694/rcp.issn.2317-3254.v9e1.2020.p195-220

Apontamentos

  • Não há apontamentos.


ISSN 2317-3254