A tese do “Fim da Arte” e o caráter de atualidade do Belo: Reflexões Hermenêutico-Filosóficas

Almir Ferreira da Silva Jr

Resumo


Discute-se a importância da tese do fim da arte, anunciada por Hegel em suas Preleções sobre a estética, como condição de possibilidade para uma reflexão hermenêutico-filosófica sobre a atualidade do belo. Mesmo considerando-se o conjunto de críticas hermenêuticas dirigidas à estética hegeliana, quando se trata de pensar a arte moderna a tese do “ fim da arte” sobressai como paradigmática, seja no que se refere a interpretação das mudanças das configurações artísticas, seja  no tocante à sua ressignificação enquanto um acontecimento e experiência de verdade. Ora, mas o que justifica o diálogo de Gadamer com Hegel quando se trata de pensar a atualidade do belo ? Em que medida a tese hegeliana do fim da arte, em seu caráter paradigmático, é compatível com a reflexão hermenêutica da arte como experiência que acontece no médium da linguagem e sob a vigilância da efetividade  histórica? Se, por um lado, a sentença do “ fim da arte”, ou mesmo caráter pretérito da arte, nos remete a pensar em sua insuficiência enquanto darstellung, convertendo-a em objeto do pensamento, ou mesmo em sua dissolução em favor da religião e da filosofia, o que no idealismo estético hegeliano apenas pode ser entendido no devir histórico da Ideia; por outro, a referida tese possibilita uma reflexão filosófica da arte que, por sua vez, reivindica uma pretensão de verdade diferente da tradicional. Eis porque, na compreensão gadameriana, a tese hegeliana do caráter passado da arte corresponde a uma pré-formulação acerca de nossas questões sobre a arte quando se trata de repensarmos a atualidade do belo. Ressalta-se que o diálogo hermenêutico entre Gadamer e Hegel só é possível pela evidência de uma proximidade a partir da diferença, e pelo reconhecimento de que em ambos o domínio do belo artístico é tomado enquanto uma declaração atualizada de verdade.


Palavras-chave


arte, verdade, Gadamer, hegel

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Referências


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DOI: https://doi.org/10.26694/pensando.v8i16.6625

DOI (PDF): https://doi.org/10.26694/pensando.v8i16.6625.g4004

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