QUE MEMÓRIAS E HISTÓRIAS NEGRAS SE ENSINAM NOS MUSEUS? DO ESQUECIMENTO AO RECONHECIMENTO
Resumo
O presente artigo tem por objetivo investigar como as memórias e histórias de afro-brasileiros têm sido narradas nos museus do Rio Grande do Sul e mapear os possíveis ensinamentos que são produzidos sobre o negro nas exposições museais, mais especificamente, no Museu Júlio de Castilhos e no Museu de Percurso do Negro na cidade de Porto Alegre. A abordagem teórica que articula as memórias negras com os museus e a educação é o campo dos Estudos Culturais em Educação, que permite ampliar o conceito de pedagogia, para além dos muros da escola, incluindo várias outras instâncias educativas, entre elas os museus. São centrais nesse estudo os conceitos de representação e pedagogias culturais, o primeiro, com base no trabalho de Stuart Hall e o último, apropriando-se dos estudos de Marisa Vorraber Costa, Rosa Hessel Silveira e Luis Henrique Sommer. Entre as conclusões desse estudo se destaca no Museu Júlio de Castilhos, as representações racializadas do “outro” negro, naturalizando a diferença étnico-racial, construindo um negro genérico, homogêneo e estigmatizado pela escravidão, tal qual foi instituído pela mentalidade colonialista europeia. Por outro lado, o Museu de Percurso do Negro se valeu de contra estratégias de representação, da reversão e substituição de significados negativos por positivos para valorizar e dar visibilidade a riqueza das memórias e histórias negras no centro da cidade de Porto Alegre.
DOI: https://doi.org/10.26694/les.v0i30.8708
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