COMUNIDADE INFANTIL: PRÁTICAS DO COTIDIANO DE UMA CRECHE UNIVERSITÁRIA NA DÉCADA DE 1970

Resumo

A Comunidade Infantil foi a primeira creche universitária federal, pertencente à Universidade Federal de São Paulo- Unifesp. Foi criada em 1971, para atendimento dos filhos de duas funcionárias da Escola Paulista de Enfermagem (EPE). Inicialmente funcionou em uma sala adaptada. Logo depois, a assistência passou para a responsabilidade da Enfermagem, e foi aprimorada mediante o aprofundamento dos estudos na área de pediatria e puericultura, e com a elaboração do manual Comunidade Infantil Creche. Aos poucos o atendimento foi ampliado para suprir as necessidades de demanda da comunidade escolar e do empregador, já que pertencia à categoria de creche no local de trabalho. Este artigo tem como objetivo apresentar a representação das práticas pedagógicas de um tempo vivido na instituição. A delimitação temporal compreende de 1971 ano da criação até 1979, período em que a Comunidade Infantil funcionou no prédio da EPE. Como fontes foram utilizadas memórias, manual e iconografia. Como categoria principal de análise foi utilizada a instituição educativa, com empréstimos do referencial teórico de Justino Magalhães, que aponta para a importância da materialidade, representação e apropriação; como categorias decorrentes foram empregadas as memórias, sob as perspectivas de Halbwachs e Bosi; e lugar com os estudos de Michel de Certeau. Nota-se como resultado dessa investigação que as práticas pedagógicas dessa Instituição Educativa seguiram o projeto institucional elaborado. As análises permitiram concluir que as intenções e interesses dos responsáveis se materializaram no cotidiano, e ainda, que algumas dessas práticas foram transformadas e outras permaneceram ao longo da história da instituição.