O TENSO VÃO DA PORTA: A GRANDE PORTA DO MEDO, UMA AUTO-FRICÇÃO

Matheus Carvalho

Resumo


Neste trabalho, o relato “A grande porta do medo”, tecido pelo tropicalista Rogério Duarte em 1968 e publicado apenas em 2003, a respeito da tortura que sofreu durante a ditadura militar, serve como disparador para se propor a noção de uma autofricção – corruptela de autoficção, ou a investigação sobre uma prática literária de si na qual figura um atrito entre a experiência sofrida e a tarefa de relatá-la. A partir desta noção, busca-se um pensamento a respeito da transmissibilidade de uma experiência áspera (GARRAMUÑO, 2016) e dessubjetivante (PELBART, 2016); e também da literatura enquanto gesto para se instaurar uma existência (LAPOUJADE, 2017) e das forças contíguas a toda prática literária.

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