EDITORIAL

Raimundo Lenilde de Araújo

Resumo


A publicação de resultados de estudos – análises, discussões, pesquisas – contribui para o engrandecimento da produção científica em Geografia. Nesta edição, são apresentados artigos com discussões relacionadas às questões energéticas, à dinâmica agrária, às questões ambientais, ao urbano e à cidade em diferentes análises. Discorre-se também sobre as bacias hidrográficas, com abordagens peculiares, a proposta metodológica para o ensino de Geografia e a abordagem sobre o ser humano na perspectiva do gênero.

Ao navegar pela revista, a leitura tornar-se-á agradável, à medida que se deparar com a discussão sobre a implantação do Pró-álcool, como política de combustíveis alternativos em conjunto com o agronegócio canavieiro, o que teria como principal meta resolver os problemas da crise do petróleo, e como possibilidade inteligente de utilização de novos recursos, mas também são importantes as atividades relacionadas no estudo sobre os problemas agrários do Piauí e do Brasil, no contexto da estrutura fundiária como produto histórico do modelo agrário predominante.

O sempre presente e importante discurso sobre a cidade e o urbano, em diferentes análises, nos incentiva a entender como Teresina foi estudada, com base no conjunto de relações no/do urbano e da coexistência de dinâmicas territoriais diversificadas, influenciadas por diretrizes de planejamento e da efetivação de intervenções. Contudo, é também o olhar para o projeto de revitalização do centro da Capital que tem como referenciais os aspectos históricos, sociais, culturais e econômicos, bem como o fenômeno de verticalização na zona Leste, evidenciando que o processo é produto dos agentes imobiliários e da infraestrutura urbana favorável a sua expansão.

O espaço urbano também é estudado como característico do século XX e início do século XXI. A discussão refere-se ao fenômeno cada vez mais comum sobre concentração populacional e a caracterização do clima urbano, implicando em alterações ambientais significativas e de qualidade do conforto térmico. Além disso, o urbano também é discutido, a partir do uso e ocupação de bacia hidrográfica e do processo de assoreamento provocado por fatores naturais, potencializados pela ocupação antrópica implicando a aceleração de processos erosivos.

Outras abordagens teóricas e metodológicas da Geografia merecem leitura e a apropriação de conceitos inerentes ao objeto de estudo. Nesse sentido, o estudo sobre o desenvolvimento de cenários para a classificação de unidades e subunidades da paisagem – a partir de inventário de características do espaço geográfico, culminando com a elaboração de proposta para uso e ação prioritária compatíveis com a sensibilidade dos ambientes naturais, é recomendado. Além disso, novas leituras são sugeridas, como, por exemplo, a discussão sobre as noções de corpo e corporeidade à luz de novas teorias, em especial a do habitus de Pierre Bourdieu, e como ocorre sua inserção na perspectiva da Geografia, em especial, a geografia da população.

Para enriquecer a Geografia, o texto sobre ensino apresenta uma discussão muito importante no que diz respeito ao ato de ensinar na medida em que ensinar necessita de que o professor encontre diferentes recursos para alcançar os objetivos propostos em suas aulas. Assim, a busca e aceitação do novo constituem-se em algo fundamental para o processo de ensino e aprendizagem. O texto apresenta novas propostas teóricas e metodológicas no intuito de tornar a geografia cada vez mais presente e integrante do cotidiano humano.

Por fim, seja na perspectiva do campo, da cidade, da paisagem, da bacia hidrográfica, do corpo humano, da política energética, do ensino de Geografia, esta edição nos proporciona a leitura de textos que farão parte do referencial teórico de outros artigos que abordam temáticas semelhantes, mas também como contribuição à divulgação do conhecimento científico geográfico, ao enriquecimento de estudos e pesquisas, e, principalmente, para o fortalecimento de conteúdo em qualquer abordagem geográfica, seja ela agrária, urbana, física, população ou de ensino.

 

Boa leitura.


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DOI: https://doi.org/10.26694/equador.v2i2.1633

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Revista do Programa de Pós-Graduação em Geografia (PPGGEO), do Centro de Ciências Humanas e Letras (CCHL), da Universidade Federal do Piauí (UFPI)

ISSN 2317-3491

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