Um INERu cada vez mais IMERu: parasitologia, esquistossomose e instituições nas dinâmicas da política autoritária da década de 1960

Bráulio Silva Chaves

Resumo


O artigo objetiva refletir sobre as configurações institucionais em torno da parasitologia na década de 1960, com foco no Instituto Nacional de Endemias Rurais (INERu) e em uma das ações que dele emana: o Projeto-Piloto de Combate à Esquistossomose (PPCE). O argumento principal é que, no período analisado, houve um lugar de destaque de pesquisadores do campo da parasitologia mineira e que poderia ser explicado a partir das dinâmicas da política do período, junto às disputas dentro do próprio campo, como com a dita “escola paulista de parasitologia”, e por processos de acomodação que envolveram laços institucionais e pessoais que sedimentaram uma condição diferenciada. O trabalho entrelaça fatores epistemológicos com os da esfera da política na história da ciência. Tem- -se como fontes os arquivos do Fundo do INERu, com documentos oficiais do órgão, o jornal oficial Minas Gerais e entrevistas. Por meio do trabalho empírico e teórico, conclui-se que, mesmo não sendo um projeto exclusivamente mineiro, o PPCE deu robustez a um grupo de cientistas que viu na esquistossomose e na política autoritária do período um lugar de legitimação e reunião de forças que pôde garantir posição de destaque à “escola mineira de parasitologia”.

Palavras-chave: Instituto Nacional de Endemias Rurais. Esquistossomose. Parasitologia. Projeto- -Piloto de Combate à Esquistossomose. Autoritarismo.


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