Sentidos de infância no romance memorialístico Menino de engenho e no Brasil da Primeira República: literatura como fonte à história da infância

Thatianny Jasmine Castro Martins de Carvalho, Vanessa Pinto Rodrigues Farias

Resumo


Esta produção tem como objetivo tecer relações possíveis entre a realidade social pensada neste texto literário e o contexto histórico de produção e circulação da escrita, de modo a apreender o ideário de infância, as práticas culturais infantis e os elementos das interações criança-criança e criança-adulto neste contexto. A pesquisa empreendida caracteriza-se como qualitativa, em virtude do interesse de trabalhar com dados subjetivos, que não podem ser quantificados; de caráter exploratório e com utilização do método bibliográfico e a Análise de Discurso como instrumento de análise. A inquietação epistemológica subjaz-se no problema de pesquisa: Quais os sentidos de infância suscitados na obra Menino de engenho? Que práticas culturais infantis podem ser percebidas nesta obra literária? Como podem se relacionar as apropriações e os desdobramentos históricos, sociológicos e literários entre este romance memorialista e o contexto em que ele está inserido? Este trabalho não pretende esvaziar o texto ficcional, isolá-lo ou tomá-lo como pura realidade histórica. Esta investigação compreende parte de nossas pesquisas de doutoramento no campo História da Infância e, portanto, a análise da obra Menino de engenho, em par com o suporte historiográfico, está justaposta às fontes oficiais. Esta pesquisa revela que os sentidos de infância expressos na obra estão direta e indiretamente relacionados ao ideário de infância no contexto de transformação social e mental que carecia a sociedade pós imperial: a criança como principal motor da História.

Palavras-chave: História. Literatura. Infância. Ser

criança.


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