“Um folhetim é uma coisa ligeira, vaporosa, saltitante”: as representações dos folhetins nos periódicos teresinenses (1871-1903)
Resumo
A constituição da Literatura, entre o final do século XIX e início do século XX, perpassa, em grande medida, pela imprensa como meio de divulgação e como lugar de demarcação de poder. Ao pesquisar a imprensa periódica teresinense nesse período, é possível encontrar uma modalidade ficcional surgida na França a partir de 1836, denominada folhetim. O referido espaço que, a priori, encontrava-se no rodapé do jornal ou o rés-do-chão, como popularmente ficou conhecido, ganhou notoriedade com a publicação de romances. Contudo, restringir a produção folhetinesca a esse gênero seria cometer o equívoco de escamotear seu caráter múltiplo. Por meio do levantamento documental, foi possível perceber que o folhetim também era o espaço das crônicas, poesias, como também das produções de viés político. Nesse sentido, o presente texto objetiva compreender esses múltiplos usos e imagens do espaço tipográfico nos periódicos teresinenses de 1871 a 1903. O foco em analisar as referidas produções nesse período encontra justificativa em perceber que nesse intervalo encontramos uma maior regularidade dessas publicações nos jornais teresinenses. Metodologicamente, foram analisados 15 folhetins quanto ao conteúdo e forma, nos ajudando a entender como eles significam e são significados. As discussões foram iluminadas à luz da ideia de representação proposta por Chartier (1989); das problematizações em torno dos folhetins, propostas por Meyer (1996), Nadaf (2002) e Trizotte (2016); Queffeléc (2011), bem como dos debates feitos por Cândido (2000) e Lima (2006) acerca da relação entre História, Literatura e Sociedade.
Palavras-chave: História. Imprensa. Literatura. Folhetim.
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