Disjuntivas judaicas no contexto do Brasil holandês (1630-1654): entre a fé e o interesse
Resumo
A existência de uma comunidade judaica estabelecida no Recife no contexto da dominação neerlandesa seiscentista, há alguns anos, vem ocupando a historiografia especializada. Tradicionalmente, os sefarditas foram considerados quase como sócios dos holandeses na empreitada colonial. No entanto, entre a fé e o interesse, judeus portugueses e cristãos-novos oscilavam entre as oportunidades econômicas geradas pelos novos dominadores e as hesitações do terreno religioso surgidas pela convivência naquele espaço multicultural. Foram exatamente tais ambivalências sefarditas inerentes à identidade cultural que promoveram profundas disjuntivas no interior da comunidade judaica do Brasil. Entender as disjuntivas judaicas no contexto do Brasil holandês (1630-1654), a partir de um paralelo com a situação vivida pelos cristãos-novos, através de uma verticalização em casos individuais, consta entre os objetivos do presente artigo. Para a reconstrução dos comportamentos, foi necessário um mergulho nas crônicas da guerra, na documentação inquisitorial e nas fontes administrativas do período que informam sobre as escolhas religiosas e econômicas individuais em meio à instabilidade política e militar da guerra luso-holandesa.
Palavras-chave: Disjuntivas judaicas; cristãos-novos; judeus portugueses; Brasil holandês.
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