Não temos dançarinos ouvidos nas pontas dos pés? Anotações sobre corpo e dança em Bodas de sangue

Marcilio de Souza Vieira

Resumo


Trata-se de uma reflexão acerca do corpo, da dança e da literatura no filme Bodas de Sangre, de Carlos Saura. A concepção de corpo evidenciado nessa pesquisa parte do pensamento de Merleau-Ponty (1999), que traz uma noção de corpo como uma extensão do mundo, mergulhado numa linguagem sensível que nos possibilita compreender a nossa relação com as coisas em nosso entorno, sem que haja a diferenciação entre o sujeito que olha e o objeto percebido, abarcando, dessa maneira, todo o sensível em si – o corpo como sensível exemplar. A concepção de dança está entrelaçada com as interfaces com o cinema num hibridismo de duas formas representativas de comunicação, que pode e deve utilizar a riqueza das suas possibilidades de material expressivo para construir narrativas, discursos, pensamentos e reflexões. O estatuto híbrido da associação entre dança e cinema permite construir um corpo fluido que tem o potencial de alterar e enriquecer nossas perspectivas artísticas/estéticas.

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REVISTA CONTRAMÃO -

periódico do Núcleo de Pesquisa em Literatura Contemporânea da UNIVERSIDADE FEDERAL DO PIAUÍ - UFPI.