Promovendo escassez ou cortejando abundância? Entendendo a resiliência da máquina eleitoral na governança urbana

Michael P. Canares

Resumo


Uma das características persistentes de uma crise financeira é a falta de recursos para todo tipo de agentes e interesses em competição. Na esfera política, uma crise financeira pode diminuir a capacidade dos partidos de praticar clientelismo, mas também ocasionará oportunidades para os mesmos de tirar vantagens sobre a crescente escassez, transformando em vantagens políticas futuras. Baseando-se no argumento de duas persuasivas obras literárias – “Rainbow’s End” (1987), de Steven P. Erie, e “Patronage, Power, and Poverty in Southern Italy” (1982), de Judith Chubb, este artigo tenta responder a questão sobre qual seria o comportamento político mais apropriado da máquina eleitoral quando confrontada com recursos insuficientes e demanda considerável por parte dos eleitores. Este artigo argumenta que se o controle local encontra-se nas mãos da máquina política num estado de monopólio e o eleitorado é caracterizado por extrema pobreza e exclusão das decisões políticas, administrar a escassez perpetuará a máquina naturalmente. Por outro lado, se o controle das políticas locais participa de dura competição, enquanto a sociedade é fragmentada em condições socioeconômicas nas quais alguns conseguem pagar por melhores condições e outros não, a máquina eleitoral, com mais recurso e sendo capaz de capturar uma significante base de apoio, provavelmente sair-se-á melhor e durará mais que as demais.

Palavras-chave


Crise Financeira; Clientelismo; Compra de Voto; Governança Urbana

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DOI: https://doi.org/10.26694/rcp.issn.2317-3254.v1e1.2012.p105-112

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ISSN 2317-3254