Direito e desentendimento: considerações sobre a crítica de Rancière às teorias do consenso democrático

Álvaro Okura de Almeida, André Luiz da Silva

Resumo


Em Jacques Rancière, a justiça como significante toma um conteúdo muito específico na linguagem do direito das democracias contemporâneas, de modo a excluir direitos de outras linguagens. A linguagem excluída não pode representar a injustiça na linguagem institucionalizada, e a política moderna segue mais como campo de mera pronunciação de conflitos que de representação de sujeitos concretos injustiçados. A injustiça que não existe desde a perspectiva da linguagem situacional, desde o consenso, nada significa no pensamento; existe apenas na violência insignificante para esta linguagem. Ela é irrepresentável e, por vezes, irreconhecível em meio ao cotidiano do mundo moderno. Ela é irreconhecível e irrepresentável tanto para o Estado, de maneira absoluta, quanto para cidadãos que reproduzem a mentalidade e perpetuam a linguagem objetiva do direito. Expor essa relação entre a linguagem do direito e a concepção política de Rancière constitui o objetivo desta comunicação.


Palavras-chave


Justiça. Linguagem. Direito. Desentendimento.

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DOI: https://doi.org/10.26694/rcp.issn.2317-3254.v3e1.2014.p49-67

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ISSN 2317-3254