Seria o aprimoramento genético humano um risco à democracia? Reflexões sobre o bioconservadorismo de Michael Sandel.
Resumo
Em seu livro Contra a perfeição, o professor e filósofo estadunidense Michael Sandel se opõe ao que ele acredita ser uma prática cada vez mais próxima da realidade: o aprimoramento biomédico. Quando contextualizamos sua crítica a esse tipo de prática dentro de sua filosofia política somos levados a acreditar que para esse autor o maior risco oferecido por esse tipo de tecnologia é sua capacidade de corroer as bases de uma democracia forte e saudável. Nesse texto, analisaremos os passos que Sandel dá em direção a essa conclusão, de forma a avaliar até que ponto sua recusa dos aprimoramentos genéticos encontra respaldo em suas ideias políticas.
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PDFReferências
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DOI: https://doi.org/10.26694/rcp.issn.2317-3254.v9e2.2020.p%25p
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ISSN 2317-3254