O racismo cotidiano e os mecanismos corpóreos da microviolência racial

Sofia Maria Carmo Nicolau

Resumo


O presente artigo busca, partindo das especificidades sócio históricas que caracterizam o racismo brasileiro, compreender o papel do corpo no racismo cotidiano. Pretende-se, a partir disso, abordar a constituição do corpo negro como ligado à significados negativos, e como esses significados criam uma relação imaginária com o corpo negro que é materializada nas interações sociais. Por fim, objetiva-se abordar os mecanismos corporais do racismo, as formas pelas quais o tornar-se racista é um processo corporificado, assim como a manifestação do racismo cotidiano se dá pelo corpo.


Palavras-chave


Racismo; vida cotidiana; corpo; interações sociais

Texto completo:

PDF PDF

Referências


ALMEIDA, Sílvio Luiz de. Racismo estrutural. São Paulo: Sueli Carneiro; Pólen, 2019.

BONILLA-SILVA, Eduardo. Racismo sem racistas: O racismo da cegueira de cor e a persistência da desigualdade na América. São Paulo: Perspectiva, 2020.

CAMPOS, Luiz Augusto. RACISMO EM TRÊS DIMENSÕES: Uma abordagem realista -crítica. Revista Brasileira de Ciências Sociais, São Paulo, v. 32, n. 95, 2017

CLARK, Candace. "Sympathy, Micro Hierarchy and Micropolitics" in Misery and company: sympathy in everyday life. Chicago; London: The University of Chicago Press, 1997].

DU BOIS, W.E.B. As almas do povo negro. São Paulo: Veneta, 2021.

GOFFMAN, Erving. Estigma: Notas sobre a Manipulação da Identidade Deteriorada. Rio de Janeiro: LTC, 2004.

GONZALEZ, Lélia. A categoria político-cultural da amefricanidade.In. RIOS, Flávia. LIMA, Márcia. (org.) Por um feminismo afro-latino-americano: ensaios, intervenções e diálogos. Rio de Janeiro: Zahar, 2020.

________________. Racismo e sexismo na cultura brasileira. In. RIOS, Flávia. LIMA, Márcia. (org.) Por um feminismo afro-latino-americano: ensaios, intervenções e diálogos. Rio de Janeiro: Zahar, 2020.

KILOMBA, Grada. Memórias da Plantação. Episódios de Racismo Cotidiano, Rio de Janeiro, Cobogó, 2019.

LE BRETON, David. Sociologia do corpo. Petrópolis: Vozes, 2012.

MAUSS, Marcel. As técnicas do corpo. In: Sociologia e Antropologia. São Paulo: Cosac & Naify, 2003. p. 399-422.

MBEMBE, Achille. Crítica da razão negra. 1ª Edição. Antígona. Portugal, 2014. .

MUNANGA, Kabengele. Uma abordagem conceitual das noções de raça, racismo, identidade e etnia. In: Programa de educação sobre o negro na sociedade brasileira[S.l: s.n.], 2004.

NASCIMENTO, Abdias. O genocídio do negro brasileiro processo de um racismo mascarado: processo de um racismo mascarado. Rio de Janeiro: Paz e terra, 1978.

NOGUEIRA, Isildinha Baptista. (1998). Significações do Corpo Negro. Doutorado em Psicologia. Universidade de São Paulo.

SCHUCMAN, Lia Vainer. Entre o “encardido”, o “branco” e o “branquíssimo”: Raça, hierarquia e poder na construção da branquitude paulistana. São Paulo: Doutorado em Psicologia. Universidade de São Paulo, 2012.

SUE, D. W., Capodilupo, C. M., Torino, G. C., Bucceri, J. M., Holder, A. M. B., Nadal, K. L., & Esquilin, M. Racial microaggressions in everyday life: Implications for clinical practice. American Psychologist, 2007. 62(4), 271–286.


Apontamentos

  • Não há apontamentos.


Direitos autorais 2022 Sofia Maria Carmo Nicolau