Compreender o mundo é certamente um grande desafio que movimenta o campo da ciência antropológica em diversas áreas de sua natureza. Em se tratando de experiências de vida urbana, a relação da humanidade com o seu funcionamento, e o que há de distinto nas relações cotidianas produzidas na paisagem urbana, nos faz pensar a cidade enquanto lugar de conformação de sujeitos, esses que dão sentidos e contrassentidos, usos e contrausos, concedem materialidades, subjetividades e percepções de realidades aos espaços. Estamos, então, assistindo cenas de histórias vividas e possibilidades de abordagens através de uma antropologia produzida nas e das cidades. Para construir respostas sobre o objeto mencionado, tomamos como partida que não há duas possibilidades de antropologia na/da cidade, contudo, maneiras diferentes de fazer antropologia com seus objetos e maneiras de pesquisa. Antropologia da e na cidade se apresenta incluída no pensamento antropológico para acrescentar caminhos teóricos e metodológicos que propõem compreender a cidade do ponto de vista dos citadinos, por “sobre os ombros” deles, deslocando assim o olhar da cidade para as pessoas que vivem, sentem e "fazem a cidade". Enquanto processo de construção de uma ciência antropológica produzida com esse olhar, sobre as pessoas que vivem, sentem e "fazem a cidade", neste dossiê, interessa-nos trabalhos que busquem compreender a cidade como um espaço múltiplo, plural, dinâmico, produzido e que produz, a fim de propor diálogos pautados na produção da diversidade, luta por direito à cidade, saberes populares/tradicionais, costumes e crenças religiosas e sensorialidades. Assim, pensando o movimento da Antropologia e suas orientações teórico-metodológicas produzidas no “fazer-fazendo”. Convidamos a submissão de trabalhos até dia 16 de dezembro de 2022 que procurem pensar as possibilidades de habitar-viver e pensar a cidade, através dos movimentos e relações de pessoas e coisas e seus processos e práticas políticas. |